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Água do rio Doce captada para consumo é monitorada em 300 pontos

A bacia hidrográfica do Rio Doce abastece mais de três milhões de moradores em 228 municípios. A maioria em território mineiro. As principais cidades da bacia em Minas Gerais são Ipatinga e Governador Valadares.

“O Rio Doce é tudo para Governador Valadares. É a nossa única fonte de água para tratamento do SAAE [Serviço Autônomo de Água e Esgoto]. 100% da água captada hoje vem do Rio Doce”, ressalta o prefeito da cidade, André Merlo.

A qualidade da água utilizada para o abastecimento dos moradores que vivem às margens do Rio Doce sempre foi motivo de preocupação já que, antes de ser atingido pelos rejeitos do rompimento da barragem de Fundão, em 2015, o rio sofria com desmatamento da mata ciliar, esgoto e erosão.

Com o desastre, a Fundação Renova – criada para reparar e compensar os danos provocados – passou a fazer o monitoramento da qualidade da água para consumo humano em 300 pontos, ao longo do rio. Atualmente, a análise é realizada antes da água passar pela estação de tratamento e depois de tratada, antes de ser distribuída.

“A água distribuída pelo SAAE passa por vários processos de tratamento e são feitas análises, periodicamente, para provar a potabilidade. Só é distribuída para a população a água que está dentro dos trâmites exigidos pelo Ministério da Saúde”, afirma Wady Dutra Neto, diretor de Gestão Estratégica do SAAE de Governador Valadares.

As Estações de Tratamento de Água (ETAs) da cidade também receberam melhorias. Governador Valadares ganhará, em breve, uma nova adutora que terá 35 km de extensão. O abastecimento não será mais feito pelas águas do Doce, mas do rio Corrente Grande. As obras já começaram. Um investimento de R$ 155 milhões.

“O projeto inicial feito pela Fundação Renova era para o rio Suaçuí, mas, após alguns estudos, verificou-se que, ao fim das obras, a melhor opção seria pelo rio Corrente. Isso por causa dos custos de manutenção. Com a captação no rio Corrente, nós conseguimos tirar do projeto inicial algumas estações elevatórias, por isso, a escolha deste rio para captação”, revela Fredy Brito, líder de obra da nova adutora.

A nova adutora de Governador Valadares deve ser entregue em 2020.

“São melhorias estruturantes: abastecimento e tratamento de esgoto, saneamento… Tudo isso é fundamental e a população vai sentir a diferença. Até por questão estratégica de segurança hídrica, a gente não pode ter a fonte de água vindo de um só lugar. A ideia é deixar o rio Doce descansar, já que ele nos serviu tantos anos”, finaliza o prefeito.

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